Araras fecha 1º semestre com 1.058 novos empregos

A cidade de Araras fechou o primeiro semestre de 2012 com 1.058 novas vagas de emprego criadas na cidade. Desse total, 437 foram geradas em junho, já descontando-se as demissões do mês, quando o superávit líquido de vagas foi de 1,23%. Em junho, 1.612 pessoas foram contratadas com carteira assinada na cidade, enquanto outras 1.175 foram demitidas. Esses e outros números fazem parte do mais recente balanço do Caged (Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho. Os relatórios foram divulgados oficialmente no começo desta semana.

Os números mostram que em junho o setor que salvou o mês e gerou superávit considerável de vagas foi a agropecuária, setor que em Araras corresponde basicamente à lavouras de cana e laranja. Embora segundo o Sindicato Rural de Araras, em junho, cerca de 100 das 321 contratações do setor tenham ocorrido para atender lavouras de café existentes no município, o restante das admissões é atribuído pela entidade ao setor canavieiro. “Contratações na lavoura de cana nessa época podem ser atribuídas a fornecedores de cana que têm outro cronograma de colheita, diferente das usinas em alguns casos”, informou o sindicato.

O desempenho da agricultura em junho foi responsável por um avanço de 12,26% nos empregos locais. Em números absolutos o superávit no setor foi de 238 vagas no mês.

Os demais números do Caged de junho colocam Araras em terceiro lugar na geração de empregos no primeiro semestre, na comparação com suas vizinhas mais próximas.

Análise de especialista

Para o economista ararense Ricardo Buso, apesar de um desempenho bastante tímido da maioria dos setores mais representativos na matriz de empregos do município, a agropecuária, em plena safra das principais culturas locais, “salvou a pátria” no período. “Para que tenhamos uma idéia da importância do setor em junho, que gerou 54,46% dos novos postos, se excluíssemos seu bom resultado da análise o resultado final da cidade seria drasticamente reduzido de 437 para 199 empregos, ou de 1,23% para apenas 0,56%”, pondera ele.

Buso faz, no entanto, uma ressalva sobre outro setor estratégico para a criação de empregos em Araras, que é o da indústria. “Quando analisamos esse setor, com um modesto incremento de 0,48% na geração de vagas, lembrando da onda de incentivos do governo federal para o setor e da predominância da indústria alimentícia na cidade (último segmento a desacelerar), podemos facilmente perceber que a cidade não foge às incertezas econômicas globais em curso”, avalia.

Desaceleração

No campo dos setores locais de menor representação na matriz de empregos um destaque é a contratação registrada na administração pública, conforme avalia o economista. “Com 28 vagas geradas no mês, expandiu seu quadro de trabalhadores em 12,50%, maior variação proporcional do período”, destaca ele.





Quanto aos números da primeira metade de 2012, Buso chama a atenção para a desaceleração no ritmo do crescimento do emprego, comparando-se os dados com o mesmo período do ano passado. “Analisando o resultado acumulado no primeiro semestre de 2012, que gerou 1058 postos formais de trabalho, equivalente ao incremento de 3,02%, denota uma assustadora desaceleração de 62% no ritmo de contratações, já que o mesmo período acumulado de 2011 gerou 2.644 vagas, equivalente ao incremento de 7,95%. E nesse resultado já contamos com a colaboração do satisfatório mês de junho para o acumulado e com a forcinha do setor da administração pública, que no período gerou 48 vagas, ou incremento de 23,65%”, argumenta.

“Verificamos altíssima desaceleração na geração de empregos formais em todos os setores representativos da matriz de empregos local: 45% na indústria de transformação, 68% na construção Civil, 59% no comércio e 53% em serviços”, acrescenta.

O economista volta a citar a agropecuária. “Mas, por enorme contradição, nada se compara à desaceleração no semestre da agropecuária, que, mesmo com a ajuda das contratações de safra na conta, gerou desemprego líquido de 86 vagas, ou -3,79%, em franca contração. Se houvesse uma conta para esse tipo de desaceleração, seria de 118%”, diz. “Quando pensamos na importância histórica da agropecuária para a cidade e nas safras agrícolas em pleno andamento percebemos a gravidade do indicador”, afirma.

Para Buso, apesar do avanço na criação de postos de trabalho, Araras não tem conseguido se descolar do quadro observado no restante do país. “De maneira geral, apesar da excelente notícia que não geramos desemprego (apenas desaceleramos), apuramos que no semestre a cidade não tem conseguido evoluir em geração de empregos de maneira muito melhor que a observada na economia nacional, que sofre com a crise internacional, apesar das vantagens competitivas da cidade, como logística privilegiada e predominância de produção de alimentos”, diz ele.

Como perspectiva para o segundo semestre, o economista cita os esperados efeitos das medidas governamentais para aquecer a economia. “Espera-se, também a exemplo do cenário nacional, um segundo semestre de desempenho melhor que o primeiro, quando as apressadas medidas de incentivo do governo federal começam a surtir efeito. Não restam dúvidas quanto ao comprometimento do resultado do ano”, prevê.

No País

Ainda conforme o Caged, o Brasil criou 1.047.914 novos postos de trabalho formal no primeiro semestre do ano. Com isso, segundo o Ministério do Trabalho, a quantidade de trabalhadores com carteira assinada teve uma alta de 2,76% sobre a quantidade registrada em dezembro de 2011. Em junho de 2012, foram gerados 120.440 postos de trabalho celetistas, equivalentes ao crescimento de 0,31% sobre a quantidade de assalariados do mês anterior.

Evolução do emprego em junho na região:

Araras: +1,23%

Conchal: +0,82%

Cordeirópolis: +0,40%

Leme +0,64%

Limeira : +0,20%

Cidade de Pirassununga: -0,32%

Rio Claro: -0,07%

Fonte: Tribuna do Povo





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